Foto: Portal da Câmara dos Deputados
Por Rodrigo Daniel Silva
Dos 39 deputados federais da Bahia, 15 já confirmaram que farão oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que inicia no dia 1º de janeiro do próximo ano. Todos integram a base do governador reeleito Rui Costa (PT). A maior parte é do PT. São eles: Jorge Solla, Afonso Florence, Zé Neto, Caetano, Waldenor Pereira, Valmir Assunção, Josias Gomes e Nelson Pelegrino. Do PCdoB, Alice Portugal e Daniel Almeida farão oposição ao capitão reformado. Do PDT, tem Félix Mendonça Júnior e Alex Santana. Já o PSB tem Lídice da Mata e Marcelo Nilo. Além deles, o presidente do Podemos, Bacelar. “O Podemos da Bahia fará oposição total a Bolsonaro. Primeiro porque o eleitorado nos colocou nesta posição. Nós apoiamos a [Fernando] Haddad [do PT na disputa presidencial] A segunda questão é porque propostas do presidente eleito são retrogradas e ultraconservadoras. Vão de encontro a tudo que a gente defende”, afirmou Bacelar, em entrevista à Tribuna.
O PCdoB, PDT e PSB tentam se fortalecer para fazer oposição a Bolsonaro com a criação de um bloco. A ideia desagradou os petistas que se sentiram excluídos. “Nós estamos conversando sobre a ideia de formar um grupo que tenha uma ação comum na Câmara. Queremos uma bancada que tenha identidade política e programática na oposição a Bolsonaro. E esses partidos têm essas características. A gente sempre junta um, dois ou três para formar um bloco. Os partidos grandes, com o PT, não precisam porque já tem robustez e espaços. O PT tem a maior bancada da Câmara. Se alguém faz essa leitura de exclusão [do PT], isso não existe. Ninguém seria capaz de excluir o PT. O PT tem o maior líder popular [Lula], tem a maior bancada e o maior número de governadores. Então, se está fazendo esse tipo de leitura, está equivocado”, minimizou Daniel Almeida.
Já o presidente do PDT, Félix Mendonça, não contemporizou e disse que o PT será excluído porque “não é parceiro de ninguém e não pensa nas coisas comuns do país”. Presidente do Avante, o deputado federal eleito Pastor Sargento Isidório afirmou que sua sigla ficará “independente” na Câmara. “O Avante da Bahia não é oposição nem a favor de ninguém. Só é a favor das coisas boas. Eu votei no Haddad e tenho a honra de votar nele, mas quem ganhou foi Bolsonaro e ele é presidente de todos nós. Quando o povo diz que quer Bolsonaro, tenho que respeitar o povo. Ele agora está com uma fisionomia diferente. Vou ficar independente, dizendo que não vou fazer oposição sem necessidade. Não faço isso com minha nação. Eu voto naquilo que acho certo. Não tenho motivo nenhum para ficar contra. Eu prego 70% das coisas que ele prega. Só não concordo com a história de que bandido bom, é bandido morto”, afirmou, em entrevista à Tribuna.
O PP, PR e PSD, por enquanto, não definiram a posição. No entanto, o deputado federal reeleito João Carlos Bacelar (PR) já sinalizou que vai apoiar Bolsonaro. Além de visitar o presidente eleito, gravou um vídeo com o capitão reformado e postou nas redes sociais. Presidente do PSD, o senador Otto Alencar tem dito que não sabe ainda como partido vai se comportar. Em uma conversa reservada com a bancada de deputados federias, revelou que estava “apreensivo” com a futura gestão. Já o presidente do PP na Bahia e vice-governador da Bahia, João Leão, disse que “não tenho a menor ideia” de como vai atuar sua legenda. “Quem vai decidir é a nova bancada quando vier. Vai se reunir e definir. O PP é um partido muito liberal. E deixa com que cada um defina a sua posição”, afirmou.
As legendas da base do prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, também não se manifestaram sobre apoio a Bolsonaro. À rádio Metrópole, o deputado federal eleito João Roma (PRB) disse que, até o momento, a comunicação com o futuro governo tem sido difícil. "Todos sabem que desde o princípio a estrutura de Bolsonaro nunca foi orgânica. Há uma escassez de interlocutores. Até o momento, foi feito pouco contato entre o governo eleito e o Congresso Nacional. A expectativa é que a próxima semana fique um pouco mais clara [a situação]", afirmou.
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