Deputada Celina Leão (PPS-DF) fala sobre os projetos para mulheres, relacionamento com o governo, crise hídrica, e até sobre a presidência do País
Por Luis H Andrade | Fotos: Catarina Porto
A deputada Celina Leão (PSS/DF), apresentou, durante as últimas semanas, projeto de integração para as mulheres na política. Em especial, aconteceu uma reunião para apresentar um diagnóstico sobre como funcionam as Procuradorias da Mulher, em todos os Estados brasileiros. O levantamento apontou que, ao menos em cinco Estados, não há atividades oficiais para a defesa da mulher.
Um estudo realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI), com base no banco de dados do Banco Mundial (Bird) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que no Parlamento Brasileiro há somente 10% de mulheres, deixando o Brasil na 115ª posição, entre 138 países.
Apesar disso, o estudo também indica que a participação das mulheres no Parlamento aumentou, entre janeiro de 1990 e dezembro de 2016, cerca de 87%.
Por isso, a Deputada apresentou um projeto para incentivar as mulheres a participarem mais ativamente. A semana do Parlamento Feminino, selecionará 24 mulheres, que serão “apadrinhadas” por 24 deputados, durante uma semana para apresentar propostas, projetos e viver a experiência de um deputado. A escolha vai ser feita nas quatro regiões do Distrito Federal. O evento “Mais Mulheres na Política” acontecerá entre os dias 1 e 2 de dezembro, onde serão discutidos os temas gerais.
Plano Brasília: como serão escolhidas as mulheres?
Celina Leão: Estamos fazendo umas parceria com a Escola do Legislativo do Distrito Federal, A Elegis. Faremos quatro grandes conferências, para lidar sobre as políticas públicas para mulheres. Ao final do evento, quem quiser se candidatar poderá, e uma mulher poderá voltar na outra. Acreditamos que poderemos escolher cerca de 6 mulheres por edição.
PB: Como funcionará?
CL: O parlamentar vai adotar uma mulher durante a semana. Eles irão para o plenário, poderão construir um texto, criado em suas regiões, para votar. É importante que entendam como funciona e que saia um pouco dessa situação de poucas mulheres na política. São apenas 10% de parlamento feminino.
PB: Cada deputado apadrinhará uma mulher?
CL: Isso. São 24 deputados, 24 mulheres.
PB: Qual será o roteiro?
CL: Uma semana para fazer as adaptações, conhecerá as comissões, o parlamento. Pegará os textos e discutirão no plenário, votarão, farão destaque de emendas. Haverá reunião com colégios de líder, vai ser uma experiência bem legal. Todo o gabinete do deputado ficará a disposição dessas mulheres. Ela não estará sozinha, o parlamentar vai dar toda o suporte para ela.
PB: Quando será a primeira edição?
CL: Vai acontecer agora em dezembro. Entre o dias 1 e 2, na Semana do Parlamento Feminino, vamos definir isso. Nós assumimos a procuradoria no começo desse ano, né? Realizamos a semana Legislativa para Mulher, e durante essa semana, aprovar 26 projetos relacionado a mulheres. haviam projetos de 2009 que estavam parados. Nós aprovamos o projeto que acontecerá todos os anos na Câmara. Estamos fazendo um compilado de todas as leis da Câmara,, lei distritais de proteção de mulheres. Não aditar ter uma lei aprovada e a mulher não saber qual é
PB: Projeto Maria da Pena vai até você:
CL: Maria da penha vai até você, em parceria com o TJ, Ministério Público. e estamos fazendo palestras por todo o distrito federal.
A procuradoria tomou um porte grandioso. Inclusive, com a campanha da violência doméstica. “Precisamos estimular. Há poucas mulheres na política”, aponta a deputada.
Coleta Seletiva
PB: O que a senhora poderia nos falar sobre a Coleta Seletiva?
CL: Acho que há um desestímulo da população. Eles separam, tem todo o trabalho de separar o lixo, ai quando o caminho chega, mistura tudo.
Estamos vivendo hoje, aquele cidadão mais consciente, está fazendo a compostagem em sua própria casa. Mas é uma parcela pequena, longe do nosso público alvo.
A SLU teve um retrocesso na coleta seletiva. Começam a implementar aqui no DF. É um pouco mais caro? é. Porque tem os dias exatos para buscar os materiais, além dos custos de informar a população.
Porém foi tudo destituído com o governo agora para baratear o custo com a limpeza urbana. Mas a gente tem brigado muito. Queremos uma cidade ecológica, mas estamos longe para isso.
PB: Quais são os projetos para flexibilizar o acesso da população a essa coleta?
CL: O problema é a gente capacitar a população e o estado não fazer o papel dele. os dois processos precisam ser construídos de forma conjunta. Começa o processo de capacitação. Agora o processo de educação passa nas escolas. as crianças já sabem a diferença de um material orgânico, reciclável.
Aqui em Brasília a gente não tem uma fábrica de reciclagem de vidro. todo o vidro reciclado aqui, vai para São Paulo. O Estado precisa chamar essas empresas pra cá. Dar uma condição para gerar empregos e renda. é o que a cidade tá precisando agora.
PB: E sobre o Lixão da Estrutural, como ficará a situação?
CL: Agora em janeiro vamos fechar o lixão, que é um projeto desde o governo passado, com a construção do aterro sanitário. Agora é um processo de transição. Temos que pensar na população de gente que vive do lixo. A saída é a capacitação e encaminhamento para outros empregos.
O Governo, PPS e Cristovão Buarque
PB: Como está a sua relação com o governo?
CL: Não tenho relação com o governo. Esse governo escolheu o caminho contrário às suas propostas de campanha. Fui a primeira parlamentar a romper com eles, rompi com seis meses de mandato. Mas todos os dias que passam eu percebo que a minha decisão foi bem acertada.
Não é possível que tá todo mundo errado, e o isolamento político do governador e só ele que tá certo.
Ele não discute política. ele não discute com esta casa (Câmara Legislativa) ele não discute com a população.
Acho que ele tem um governo elitista. Porque quando você deixa faltar água por 5,6 dias em cidades como Planaltina, Sobradinho e não falta aqui no Plano é questão de opção. Tem seis restaurantes comunitários fechados. São questões sensíveis para a população. O governo tá perdendo até o próprio vice, o PSD. Vejo com muita dificuldade a reeleição do governo.
PB: E sobre a saúde do DF, qual a sua opinião?
CL: Mesmo que ele tenha feito e esteja fazendo uma campanha de marketing, quando a população sai e encontram os hospitais no formato que estão.
Eu tenho certeza que o governador sucateou a saúde pública para vender-lá. Basta andar um pouco, conversar com profissionais da saúde. A questão da segurança pública também. Vejo um governo muito isolado.
PB: O DF passa por diversas crises atualmente, a senhora poderia nos falar um pouco sobre sua opinião a respeito da crise hídrica?
CL: Ele só fala da crise, da crise, do rombo. Passou três anos e a população nos pergunta: como depois de três anos que ele foi ver que ia faltar água?
A gente percebe a falta de foco. ele ta pegando empréstimo com o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), com a sede na Bolivia, de 198 milhões de reais, com 70% desse recurso para a orla do lago. A população está sem água para beber. A prioridade dele é enfeitar orla do lago. Pelo amor de Deus.
É esse tipo de ação que a gente percebe… não sei é inexperiência política, falta de sensibilidade, mal assessorado, ou se ele nem sabe o que está fazendo lá. O governador usava, por exemplo, as obras do Sol Nascente como para fazer propaganda eleitoral. Mas ele esqueceu que águas pluviais precisam de espaço para passar. Vamos fazer uma fiscalização, para saber se foi ou não má fé. Ele falou sobre o asfalto do Sol Nascente durante toda uma campanha e agora a população está ilhada. Vamos pedir um laudo oficial, mas não de um órgão do governo, para verificar.
PB: Conversamos com o Senador Cristovam Buarque sobre a possível pré-candidatura dele. O que a senhora tem a falar sobre isso?
CL: Acho que o Cristovam, na conjuntura atual que nós temos, o melhor nome para uma Presidência da República. Ele é um cara que tem uma vida política sem manchas, um cara correto, ético. Ele vem da questão da educação.. num momento que todos os partidos estão sucumbidos em crise política. Nos estamos em um partido que foi contra a Dilma e contra o Temer também, o único partido que teve esse posicionamento. Não era uma guerra de torcida.
O PPS teve uma postura que acho que é a postura da própria população. Acho que se ele tiver a oportunidade de sair candidato, acho que possibilidade da campanha ter um volume, dele ter a oportunidade levar o que ele pensa para o Brasil é muito grande.
PB:E o possível apoio do PPS para o Luciano Huck?
CL: Eu acho isso infantil por parte do partido. Nunca viveu nada, nunca foi vereador, nunca foi nada. É uma campanha de marketing! Pegar o país na colocar na mão de alguém que nunca teve experiência que fosse de gestão.
PB: Você teria coragem de deixar o Brasil na mão do Luciano Huck?
CL: Eu posso admira-lo como apresentador, mas, você teria coragem de colocar o Brasil na mão do luciano huck?
Acho que o PPS entre o Luciano Huck e o Cristovam ele erra muito ao apontar o Huck. qualitativamente, a gente nao tem que ter o oportunismo de campanha “ah, o Luciano Huck pode ganhar a eleição”. Pode. Ganhar eleição talvez seja o passo mais fácil do Brasil. difícil é colocar nos eixos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário