O Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando, nesta tarde, um recurso contra o direito de abater animais em cultos de religiões de matriz africana. Para tentar impedir que a ação seja aceita pela Justiça, religiosos, povos de terreiros e simpatizantes fizeram um protesto na noite de quarta-feira (8), em frente à Câmara Municipal de Salvador.
“A intenção dessa sensibilização é explicar que não sacrificamos o animal, nós nos alimentamos com ele, realizamos um abate religioso. Toda a carne é utilizada para alimentar a comunidade e todas as pessoas que ali frequentam nos dias de função. Entenda que ali não há nenhum desperdício e sim a utilização do alimento, alimentar as pessoas”, explica Iraildes Andrade, ekede de orixá oxóssi na Casa de Oxumaré, tradicional terreiro de candomblé da capital baiana.
A religiosa compara o abate de animais com o costume de qualquer pessoa que faz uma festa em sua casa e oferece comida aos convidados. “Numa festa você oferece empada de frango, empanada de carne, no terreiro oferecemos também alimento aos nossos convidados e aos Orixás, Nkissis e voduns. Uma comida que é sacralizada, rezada”, justifica.
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